sábado, 19 de dezembro de 2015

Os modelos do investidor do ABC



Esclarecendo uma coisa: quando digo modelos, não estou me referindo a Kate Moss.

Quando me refiro a modelos, falo daquelas pessoas as quais serviram para moldar meus interesses e o meu pensamento.

É claro que nossos primeiros modelos são os pais e a eles eu só tenho a agradecer. Meu pai e minha mãe me ajudaram muito em minha vida. Deram prioridade absoluta à minha educação e a de meus irmãos, me dando a única riqueza que nunca pode ser retirada, que é a que carregamos dentro de nossas cabeças. Além disso, me ensinaram que as coisas não vem de graça e a sermos honestos. A eles nunca poderei retribuir o que fizeram por mim e sou absolutamente grato. Outra pessoa que me inspira muito é meu sogro, o qual veio do interior de um estado do Nordeste para São Paulo e que no começo só podia almoçar, porque se ele almoçasse e jantasse não tinha dinheiro para pagar a pensão. Hoje ele vive do seu patrimônio e alcançou a independência financeira. Seu modo de pensar e agir também me influenciam muito. Ainda vou fazer um post somente sobre ele. E finalmente minha esposa, que aprendeu a lidar com dinheiro antes do que eu e que é minha companheira no caminho da liberdade.

Além da família, a primeira lembrança que me vem à mente quando falo de investimentos vem do filme "Os Trapaceiros" de Woody Allen. Numa das cenas do filme, os personagens estão participando de uma festa e um senhor de aparência muito distinta se aproxima de uma mulher e diz: "Boa noite! Meu nome é John Smith, sou investidor. Prazer em conhecê-la.". Pensei comigo mesmo: Putz! Que maneira legal de se apresentar! Deveria ter uns vinte e poucos anos quando assisti e aquela cena ficou gravada na minha memória. Pensei : "Um dia ainda vou me apresentar assim!".

Outro que moldou meu pensamento foi Robert Kiyosaki, com o seu "Pai Rico, Pai Pobre". Também sou absolutamente grato a ele e ao fato de poder ter lido este livro quando ainda era jovem. Acredito que se não tivesse lido este livro estaria profundamente enraizado na corrida dos ratos, porque minha família, assim como a do Robert acreditava na educação e no trabalho duro, mas não sabia como lidar com grana. Ler este livro foi um ponto de virada em minha vida e se pudesse dizer pessoalmente ao Robert diria : Muito Obrigado!

Além dos livros, sou grato também ao fato de ter trabalhado em uma empresa que me possibilitou conhecer países civilizados como EUA, Alemanha, Finlândia e outros a trabalho e não como turista. Geralmente, quando algum brasileiro vai aos EUA ou outro país civilizado volta com monte de sacolas e com a cabeça mais oca do que quando saiu. Mas quando você trabalha com eles, você vê a seriedade com que eles levam o trabalho e começa a valorizar a pontualidade, a qualidade, o planejamento. Alemão e americano não fazem absolutamente nada nas coxas. O único ponto negativo é que para os americanos e europeus do oeste em geral os latino-americanos são pouco mais que macacos e dessa maneira você tem que trabalhar muito para obter a confiança deles. Mas se você souber aproveitar bem o conhecimento e desenvolvimento que se obtém com eles você cresce muito.

Na área mais técnica temos Benjamin Graham e Décio Bazin, que são os dois investidores que utilizo para comprar ações e que são a inspiração do blog.Tanto o estilo de escrever de um quanto de outro denotam que são homens diferenciados, do tipo que nunca falariam algo como "mano", "véio", "uhuuu!" e outras barbaridades que ouvimos por aí. O estilo elegante, erudito e bem humorado dos dois nos remete a tempos diferentes, mais inteligentes, mais honrados.

Gosto também de Lírio Parisotto e Luiz Barsi como investidores e acredito que são modelos de pessoas que chegaram lá. 

Se procurarmos bem, existem muitas pessoas que podem nos ensinar algo. O que não podemos fazer é ficar sentados, acreditando no que diz a TV e a Internet e perder o tempo que nós temos em redes sociais e smartphones. O processo de idiotização do mundo caminha a passos largos e países que não conseguiram chegar à civilização são os que mais sofrem, porque entram em decadência antes de sequer chegar ao topo.

O que podemos fazer é lutar contra isso e estarmos no último quartil da curva do sino, se bem que segundo Nassim Taleb a curva do sino não existe, existem os anões e os gigantes, que são a minoria absoluta. Por enquanto sou anão, quem sabe um dia chegaremos a ser gigantes?

Grande abraço!